quinta-feira, 4 de novembro de 2010

À minha centelha de loucura



Não devia estar a escrever isto, mas não resisti. Se não o fizesse, ensandecia de vez. De qualquer forma não há nada a perder.
Não sei porquê, juro, mas passei o dia a pensar em ti. É muito louco... porquê? Não sei... mas a verdade é que tens ocupado os sonhos e os pensamentos.


Hoje andei pelos corredores, pelas salas, pelas ruas, de peito arfante, suspirando como uma adolescente apaixonada. Reparando nos tons outonais, sentindo a brisa fresca a beijar-me o rosto.




Não te vejo há anos, mas tenho-te sentido, muito.
As nossas vidas deram muitas voltas desde o nosso último encontro. Sete anos.
Arranjámos empregos. Casámos, tivemos filhos. Somos felizes. Sou feliz, na minha pequena vida pacata, gosto dela assim.
Mas gosto ainda mais quando me permito pecar em pensamento. Quando me permito suspirar como uma colegial, quando tremo e me arrepio com a recordação de ti. Quando congemino planos impossíveis para te reencontrar. Para reencontrar aquele pedaço de mim que nunca mais vi. Esse pedaço que é teu e só teu.





Adoro-te só por teres existido na minha vida. Por seres a minha centelha luminosa de loucura. Ainda que nunca mais te veja, ainda que me sinta horrorosamente culpada por ser uma traidora infiel, mesmo que apenas em pensamentos, ainda bem que existes na minha vida.


És e serás sempre a minha grande e única loucura.
E eu sei... que nos voltaremos a tocar.


(escrito ao som de "Need You Now", Lady Antebellum)

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