Da urgência de escrever

Sufoco.

Não escrevo há tanto, tanto tempo. Demasiado tempo. Desconfio que já nem o sei fazer. Vou tentar.

São tantas as palavras que brotam de mim. Correm-me pelas veias, entopem-me o coração, toldam-me a visão. Sem pensar muito nelas, aqui estou eu, a deixá-las sair.

É urgente escrever. Exteriorizar o que sinto, as minhas loucuras, os meus pensamentos, os meus segredos, os meus pecados, as minhas culpas, os meus desejos. Os meus segredos. O que não conto a ninguém. O que não tolerei sequer transformar em palavras, ditas ou escritas, já lá vão quase 3 anos. Tanto tempo a fingir ser normal.
Chega.

Porque, no fim de contas, não são as palavras que me sufocam... são os segredos.