"Por vezes a tua cara torna-se nítida e insuportável. Outras vezes, esbate-se e com o esbatimento vem-me a resignação de te ter perdido. Às vezes, esqueço-te. Ou ficas escondido numa casa, num quadro, numa árvore, de onde ressurgirás. Um dia olharei o quadro, a casa, a árvore, e lembrar-me-ei de ti. Mas cada vez haverá menos sítios onde te esconderes.
A tua face vem e atira-me sempre para o mesmo tempo, é uma face que o ódio esquece, anterior à deserção, a face de quem encontrou a primeira palavra, é essa que me olha nos sítios mais vulgares. Não te procuro: de repente, estás ali.
Como uma arma. O límpido assassino."
Como uma arma. O límpido assassino."
Rui Nunes
in Ouve-se sempre a distância numa voz
in Ouve-se sempre a distância numa voz
2 comentários:
Ainda ontem à noite pensei outra vez em ti, pá!
"Querem lá ver que aquela mulher já fugiu outra vez? ;)"
Fico feliz em saber que não!
Fazes-me falta.
Sinto-me mais confortável quando sei que te tenho por aqui algures. Não perguntes porquê, mas é isso mesmo!
Beijo do tamanho do Mundo
Tu sabes que eu sempre volto - preciso de o fazer. E hoje voltei no registo mais pessoal de sempre... estava mesmo a precisar de deitar alguns "venenos" cá pra fora.
Ainda bem que aí estás. Sinto que és a única que escuta a noite que há em mim.
Outro beijo para ti*
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